O Brasil foi o lugar no qual o escritor austríaco Stefan Zweig escolheu morrer e refugiar-se da segunda guerra mundial. Muito mais do que isso, através de sua obra “Brasil, um país do futuro”, descortinou ao mundo as inumeráveis qualidades e a história do nosso país.
Para Zweig, o Brasil é um país jovem e por isso mesmo ainda cheio de possibilidades. O único lugar em que o sentido de igualdade foi alcançado pela mistura de todas as raças e a ausência completa de preconceitos entre classes e gênero. Impressionantemente, apesar da quantidade de imigrantes, não houve divisão de território e o país manteve uma única língua e o mesmo espírito.
Não foi sem motivo que Dom João IV, entre salvar Portugal de Napoleão ou vir para o Brasil para não perdê-lo, preferiu o Brasil.
Aqui é, nas palavras do autor do livro, o lugar em que o sol derrama uma intensidade tal que torna tudo mais vivo e mais bonito. Detentores da cidade e da praia mais lindas do mundo - o Rio de Janeiro e Copacabana, os brasileiros têm todos os climas, variedade infinda de animais e comida. “Se o paraíso existe, não fica longe daqui”.
Este querido escritor não vê como um mal a nossa curta história, pois está ainda para ser escrita, os grandes homens da literatura, da música, da escultura, dos filmes, ainda estão para surgir. Os santos, os gênios, tudo por aqui está em expectativa para vir à tona. Temos poder para abrigar e alimentar todo o mundo, enquanto os demais países se esgotaram e decaíram, e quase não há mais o que fazerem.
Tudo isso me fez pensar no motivo pelo qual a maioria de nós tem a crise de vira-lata. Valorizamos mais o idioma, os escritores, a história, as montanhas estrangeiras.
Pensar em como grandes homens valorizaram não só o Brasil, como a América Latina, tais como Stefan Zweig, Alexander von Humboldt, Simon Bolívar, como a terra mais especial de todas, me dá uma espécie de remorso e ao mesmo tempo um questionamento de por que fazemos isso. Temos potencial ainda para muito mais. Não somos um pais de guerras, de catástrofes naturais recorrentes. Não somos o país da frieza ou psicopatia. Somos amigáveis, diplomatas e, no momento atual, insaciáveis por aprendermos.
Escrevo isto para resgatar-te, caro(a) leitor(a), assim como os homens que mencionei fizeram comigo. Convido-te a estudar mais sobre a história do nosso país, a ser uma pessoa do nosso próprio tempo e consciente das possibilidades que tem. Uma pessoa que valoriza o que é nacional, que prefere o que é nacional e ama a língua materna.
Convido-te a ler o livro do Stefan Zweig e ouvir Tom Jobim. Convido-te a ver Tropa de Elite enquanto toma um café nacional feito na hora.
Espero que, ao se aprofundar no que é o brasileiro, entenda também sobre você.
Até o próximo escrito.